Em Agosto
de 2012 estará disponível o livro: As transferências culturais na
historiografia brasileira, de autoria de Diogo da Silva Roiz e Jonas
Rafael dos Santos, publicado pela Editora Paco Editorial. Abaixo deixamos
alguns pontos do livro para que o leitor já possa ter um primeiro contato com a
obra:
"O principal
objetivo desta pesquisa é estudar algumas leituras, interpretações e
apropriações que foram feitas no Brasil sobre o movimento dos Annales, que teve origem na França em
1929, com a criação da Revista Annales
d’Histoire Economique et Sociale, efetuada por Marc Bloch
(1886-1944) e Lucien Febvre (1878-1956), e que ao longo dos anos reuniu
intelectuais de várias partes do mundo.
Para empreender esta análise, abordou-se o surgimento da revista na França e os
desdobramentos de suas fases, sua repercussão em outros países, e a maneira
como foi recebida no Brasil, a partir dos anos iniciais da década de 1930, em
função da cooperação estabelecida entre Brasil e França, por meio da ‘missão
francesa’ e a vinda de profissionais franceses (e de outros locais da Europa),
para contribuirem com o desenvolvimento das ‘novas’ áreas do conhecimento
criadas no Brasil, com a fundação das primeiras universidades do país. Daí os
questionamentos: a) qual a contribuição do movimento dos Annales para a renovação dos estudos históricos no século XX?; b) e
quais leituras, interpretações e apropriações foram feitas desse ‘movimento
intelectual’ no Brasil?" (Da introdução).
"Diogo
da Silva Roiz e Jonas Rafael dos Santos nos apresentam, com esta obra sobre a
Escola dos Annales e sobre a historiografia brasileira, um conjunto de
cuidadosos estudos que versa simultaneamente sobre a nossa historiografia e
sobre este movimento de historiadores franceses que teve e tem tanta
importância para a formação dos historiadores brasileiros. Como se sabe, um dos
maiores vínculos historiográficos do Brasil se estabeleceu com a França, em um
contexto que remonta à estadia de Fernand Braudel e outros intelectuais
franceses no Brasil durante os anos 1930. De lá para cá, os vínculos
historiográficos entre Brasil e França se fortaleceram cada vez mais, e o
movimento dos Annales, em particular, tornou-se emblemático para os
historiadores brasileiros. É neste sentido que é mais do que oportuna esta
obra, que se dedica a estudar as “leituras e apropriações do movimento dos
Annales no Brasil”, entre outras temáticas relacionadas a este famoso movimento
historiográfico. Trata-se de um meticuloso conjunto de trabalhos de
historiografia que se apóia em fontes diversificadas, ora analisadas
serialmente, ora qualitativamente, e que, além de dialogar com a historiografia
nacional e internacional que têm tangenciado as mesmas temáticas, é bem
sucedido em problematizar esta complexa relação entre as historiografias
francesa e brasileira". (José d'Assunção Barros, do Prefácio).
"Como
explicar, então, a recepção dos Annales
no Brasil? Como justificar sua longevidade, após os anos 1980? A resposta a
estas questões inspirou a pesquisa de Diogo da Silva Roiz e de Jonas Rafael dos
Santos. [...] Ricamente documentado, este livro apresenta a densidade e o rigor
de uma pesquisa, que percorre diferentes obras (francesas e brasileiras),
tentando questionar sobre a inexistência de teorias historiográficas realmente
adaptadas à realidade nacional." (Helenice Rodrigues da Silva, da
Apresentação).
"O leitor será
surpreendido com o capítulo “Da França para o Brasil” ao se deparar com a
análise da recepção do Marxismo e da ‘Nova História Cultural’ no Departamento
de História da UNESP, campus de Franca. Diogo Roiz e Jonas Santos fizeram um
mapeamento minucioso a respeito da formação de 15 docentes desse Departamento a
partir dos temas das dissertações, das teses de doutoramento, das teses de
Livre-Docência, dos trabalhos orientados no âmbito da Pós-Graduação, de
memoriais e entrevistas. Conseguiram adentrar um espaço que combina formações
marcadamente marxistas e grande apreço à história proposta por Braudel, com a
leitura “abrasileirada” que esses docentes fizeram da ‘Nova História Cultural’.
Ao leitor iniciante esse texto instigará pelos problemas propostos e pelo
grande mérito de reunir uma bibliografia já consagrada e
novas interpretações a respeito dos Annales, servindo assim, como um
guia de estudos, e ao experiente leitor surpreenderá pela dedicação a um corpus
documental ainda pouco explorado." (Karina Anhezini, do Prólogo)
O livro está assim dividido:
Sumário:
Prólogo (Karina Anhezini)
Apresentação (Helenice Rodrigues da Silva)
Prefácio (José D’Assunção Barros)
Introdução e agradecimentos
Capítulo – 1:
A invenção de uma tradição: “A Escola dos Annales
Capítulo
– 2:
A
interpretação da “História total” no pensamento de Fernand Paul Braudel entre
1949 e 1958
Capítulo
– 3:
Limites e
possibilidades de pesquisa entre a "História das Mentalidades" e a
"Nova História Cultural"
Capítulo –
4:
A recepção da ‘Escola dos Annales’ na Europa e nas Américas: algumas
reflexões
Capítulo – 5:
Os Annales no Brasil: a
intitucionalização do ensino universitário de
Geografia e História na FFCL/USP entre 1934 e 1956
Capítulo – 6:
Historiadores Brasileiros e Franceses: uma hipótese para a recepção da
‘Escola dos Annales’ no Brasil
Capítulo
– 7:
Da França para o Brasil: leituras e apropriações do
Marxismo e da ‘Nova História Cultural’ num departamento de História
Epílogo:
Como os
historiadores escrevem a(s) (suas) história(s)
Apêndice
Fontes e
Referências Bibliográficas